H.FOA realiza primeira cirurgia de endometriose profunda robótica pelo SUS

Procedimento foi realizado no Hospital da Fundação Oswaldo Aranha com uso do sistema da Vinci X

O Hospital da Fundação Oswaldo Aranha (H.FOA) anunciou, nesta terça-feira (2) que realizou a primeira cirurgia robótica de endometriose profunda pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na região Sul Fluminense. A endometriose é uma doença crônica que atinge milhões de mulheres em idade reprodutiva no Brasil, provocando dores intensas, cólicas incapacitantes e, muitas vezes, dificuldades para engravidar, além de um impacto direto na qualidade de vida.
O responsável pelo procedimento, Dr. Patrick Guimarães.
“Foi a primeira vez que um procedimento como esse foi feito pelo SUS aqui na região. Até pouco tempo atrás, essa tecnologia estava restrita a grandes centros privados. Hoje, conseguimos oferecê-la no serviço público. Brinquei com a paciente antes da cirurgia: vocês têm noção do tamanho do marco que estamos conquistando hoje?”, contou.
O cirurgião explicou ainda os ganhos trazidos pela tecnologia robótica do da Vinci X.
“A grande diferença é a precisão. O robô amplia a visão em alta definição e oferece instrumentos capazes de movimentos delicados. Isso é fundamental na endometriose profunda, que muitas vezes envolve intestino, bexiga e ureteres. Assim, conseguimos reduzir sangramento, diminuir complicações e acelerar a recuperação. No fim, quem ganha é a paciente, que volta a ter qualidade de vida”, disse.
Além da tecnologia, o médico destacou a importância do trabalho em equipe e o retorno positivo da paciente. A ginecologista Dra. Mariana Rolim, que participou diretamente do procedimento, também comentou o procedimento.
“Foi uma experiência muito especial. Sentimos que estamos abrindo um novo caminho para mulheres que convivem com dor e medo de não realizar o sonho da maternidade. Meu foco foi garantir o cuidado integral, com atenção especial à preservação da fertilidade. A cirurgia robótica une técnica, inovação e humanização, trazendo menos dor, recuperação mais rápida e novas perspectivas”, afirmou.
Para a Diretora Médica do H.FOA, Luciana Guimarães, o feito reafirma o compromisso da instituição com a saúde da população.
“Realizar a primeira cirurgia robótica de endometriose profunda pelo SUS em nosso hospital é motivo de grande alegria. Mais do que um avanço tecnológico, representa o nosso compromisso em reduzir desigualdades e oferecer às mulheres da região o que há de mais moderno e seguro no tratamento. É uma conquista que mostra a força do H.FOA como referência em inovação e cuidado humanizado”, afirmou Luciana.
Segundo a Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva, a doença acomete mulheres entre 15 e 49 anos. A demanda por diagnóstico e tratamento no SUS tem crescido de forma expressiva: foram 82.693 atendimentos em 2022, 115.765 em 2023, e os dados preliminares de 2024 já ultrapassam 145 mil registros.